O meu pai
sempre foi um grande consumidor de café. Contudo, nunca consumiu
bebidas alcoólicas e nunca fumou. NUNCA, eu disse. Levando em
consideração a longevidade dos meus avós paternos e a vida regrada que
meu pai levava, concluo que ele se preparou para viver muitos e longos
anos. Aos 76 anos de idade, não tinha nenhuma das doenças típicas da
terceira idade. O meu pai não tinha colesterol elevado, hipertensão,
diabetes, problemas cardíacos, problemas ósseos, problemas pulmonares, etc, etc. Tenho exames que podem comprovar o que afirmo. De vez em
quando, tinha dores de estômago que passavam com a ingestão de algumas
bolachas. Atribuo as dores de estômago aos cafés que ele tomava. Pois
bem, foi disso que o meu pai morreu. O meu pai morreu de uma simples
gastrite. Vocês acreditam? Conhecem alguém que tenha morrido de
gastrite? O único problema que o meu pai apresentava por altura de sua
morte, era uma gastrite. Sómente isto e isto é a mais pura expressão
da VERDADE. Com sintomas de gastrite branda que não o impedia em
absoluto de viver uma vida feliz, o meu pai, acompanhado de minha mãe, foi se encontrar com a morte. E o primeiro nome da morte é SIMÃO PEDRO
PACHECO, médico de familia de meu pai no posto de saúde de Chaves. Este
ínclito senhor, alegando que as imagens produzidas por uma Tomografia
Computadorizada não estavam muito claras, mandou o meu pai para ser
EXECUTADO no HOSPITAL DISTRITAL DE CHAVES. No referido Hospital o meu
pai foi submetido a um exame complexíssimo e perigoso, que de tão
intringado e esdrúxulo só se guardam as suas iniciais - C.P.R.E. Não
queiram saber o que estas iniciais querem dizer porque não interessa. O
fato é que após ter sofrido uma anestesia geral e sem maiores
explicações, sem nem mesmo saber o que lhe estavam a fazer, o meu pai
foi submetido ao tal C.P.R.E.
🥺😢
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