sábado, 26 de outubro de 2013

O EXAME MORTAL


O meu pai sempre foi um grande consumidor de café. Contudo, nunca consumiu bebidas alcoólicas e nunca fumou. NUNCA, eu disse. Levando em consideração a longevidade dos meus avós paternos e a vida regrada que meu pai levava, concluo que ele se preparou para viver muitos e longos anos. Aos 76 anos de idade, não tinha nenhuma das doenças típicas da terceira idade. O meu pai não tinha colesterol elevado, hipertensão, diabetes, problemas cardíacos, problemas ósseos,  problemas pulmonares, etc, etc. Tenho exames que podem comprovar o que afirmo. De vez em quando, tinha dores de estômago que passavam com a ingestão de algumas bolachas. Atribuo as dores de estômago aos cafés que ele tomava. Pois bem, foi disso que o meu pai morreu. O meu pai morreu de uma simples gastrite. Vocês acreditam? Conhecem alguém que tenha morrido de gastrite? O único problema que o meu pai apresentava por altura de sua morte, era uma gastrite. Sómente isto e isto é a mais pura expressão da VERDADE. Com sintomas de gastrite branda que não o impedia em absoluto de viver uma vida feliz, o meu pai, acompanhado de minha mãe, foi se encontrar com a morte. E o primeiro nome da morte é SIMÃO PEDRO PACHECO, médico de familia de meu pai no posto de saúde de Chaves. Este ínclito senhor, alegando que as imagens produzidas por uma Tomografia Computadorizada não estavam muito claras, mandou o meu pai para ser EXECUTADO no HOSPITAL DISTRITAL DE CHAVES. No referido Hospital o meu pai foi submetido a um exame complexíssimo e perigoso, que de tão intringado e esdrúxulo só se guardam as suas iniciais - C.P.R.E. Não queiram saber o que estas iniciais querem dizer porque não interessa. O fato é que após ter sofrido uma anestesia geral e sem maiores explicações, sem nem mesmo saber o que lhe estavam a fazer, o meu pai foi submetido ao tal C.P.R.E.

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